terça-feira, 8 de junho de 2010

Pedagogia e Pedagogos em Diferentes Espaços


O debate acerca do reconhecimento da importância da Pedagogia em diversos espaços escolares e extra-escolares ampliou-se, principalmente a partir dos anos 1990. A intensidade de tal discussão se faz a partir das transformações sociais, políticas e econômicas ocorrentes no mundo, impulsionada, principalmente pelas novas demandas postas pelo que é chamado Revolução da Tecnologia da Informação (CASTELLS, 1999). Esse cenário revela que os avanços na comunicação, na informática e as outras mudanças tecnológicas e científicas influenciam os novos sistemas de organização do trabalho e das relações profissionais, que requerem cada vez mais que os processos de Educação se realizem para além dos muros das escolas e, conseqüentemente, implicam uma redefinição dos espaços de atuação do pedagogo e dos seus saberes.

Segundo Tardif (2003), os saberes incorporam os conhecimentos, competências, habilidades, valores do pedagogo, referindo-se também ao saber, saber-fazer e saber-ser.

Articular teoria e prática, integrar os saberes científico-tecnológicos bem como associar os conhecimentos específicos da formação profissional e os saberes tácitos advindos das práticas sociais e da experiência profissional a sua prática, relacionando-os e adequando-os aos lugares em que trabalham são alguns dos desafios a serem enfrentados pelo pedagogo em sua atuação.



Como contribuição a esse debate, apresentamos neste trabalho (para download no final deste texto) os resultados de um estudo realizado sobre a prática do pedagogo em hospitais e escolas de Educação Profissional, objetivando evidenciar, a partir de ações concretas, como o trabalho pedagógico se desenvolve nesses espaços e que os saberes mobilizados pelo pedagogo são plurais, interdisciplinares e provenientes de várias fontes sociais.



Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, do tipo estudo de caso. Segundo Ludke e André (1986, p.18), “o estudo qualitativo se desenvolve numa situação natural, é rico em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada”.



Para a realização deste estudo, foram investigados dois espaços, um não-formal, que segundo Libâneo (2004) é aquele, cujas atividades contêm caráter de intencionalidade, porém com baixo grau de estruturação e sistematização, implicando certamente relações pedagógicas, mas não formalizadas. O outro é formal, não-convencional, que se refere às atividades de ensino em que se fazem presentes a intencionalidade, a sistematicidade e condições previamente preparadas, atributos que caracterizam um trabalho pedagógico-didático, ainda que realizado fora do marco escolar propriamente dito.

As instituições foram o hospital Sarah Kubitschek e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC/Ceará. No primeiro local, os dados foram obtidos mediante observações diretas, com relatos registrados em diário de campo, e entrevista semi-estruturada com uma pedagoga, a única da Instituição. A análise sobre a atuação do pedagogo no segundo espaço se baseou em elementos extraídos a partir de observação direta da prática da equipe de coordenação pedagógica composta por quinze pedagogos e pedagogas e de entrevista semi-aberta à Gerência de Recursos Humanos.

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